Quem confia em promessas e compromissos de políticos? Pouca gente? E se as promessas forem assinadas, lastreadas por garantias jurídicas e com penas pecuniárias? Aí sim? Sei não. Se nem precatórios o estado é capaz de cumprir. Basta um pouco de confusão com a aprovação ambiental, mais um pouco com problemas de minas não detonadas e outras boas ideias para o tempo passar e ...
Um autódromo como Jacarepaguá não é somente um autódromo, um bem, um imóvel. É bem mais que isso. Tem história, com passagens importantes do automobilismo. Eu as vezes não entendo. Se até uma palmeira, que foi plantada por Santos Dumont, no jardim de uma casa em Belo Horizonte, foi tombada por ter o fato como história relevante, será que as histórias de um autódromo como Jacarepaguá são tão menos relevantes que uma palmeira, não nativa, plantada num jardim particular pelo pai da aviação?
Se realmente sair, será uma troca de um bem histórico, por um novo, com história a construir. Na melhor das hipóteses é trocar 2 por 1.
Um fato nessa história toda tem me chamado a atenção: como que os jornalistas do meio automobilístico, alguns que são até pilotos, não estão berrando contra o fim de Jacarepaguá, berrando não, não estão nem sussurrando. Ao final das olimpíadas de Londres, quando o foco voltou-se para o Rio, nem uma espetada no assunto se ouviu, até pelo contrário, a preocupação tinha outras razões, como as músicas que tocaríamos para o mundo ouvir e outros aspectos mais importantes do que o fim de um autódromo.
Um fato nessa história toda tem me chamado a atenção: como que os jornalistas do meio automobilístico, alguns que são até pilotos, não estão berrando contra o fim de Jacarepaguá, berrando não, não estão nem sussurrando. Ao final das olimpíadas de Londres, quando o foco voltou-se para o Rio, nem uma espetada no assunto se ouviu, até pelo contrário, a preocupação tinha outras razões, como as músicas que tocaríamos para o mundo ouvir e outros aspectos mais importantes do que o fim de um autódromo.
Jacarepaguá deveria servir de exemplo para a busca do tombamento de Interlagos. Já pensou a reforma do antigo traçado com a permanência do atual? O atual para a F 1 e outras tantas categorias, e o antigo para os mais radicais. Fatos históricos e interessados que justifiquem tal ação não faltam. Políticos interessados em outros fins, também não.
O problema é que jornalista não é livre para escrever o que quiser, diferentemente do que a maioria pensa. Nos veículos tradicionais, o cara está subordinado a uma série de outros interesses, desde a "noção" de que o futebol é mais importante que qualquer outro esporte até sanções vindas de quem anuncia. Sem falar que a imprensa esportiva é um celeiro de "pernas de pau". Alguns blogueiros especialistas e de credibilidade, com penetração na mídia, falam sobre o tema em poucos segundos ou centímetros de jornal que lhes são concedidos.
ResponderExcluirPor benção do destino, inventaram um negócio chamado internet e o assunto poderia ser melhor discutido e cobrado. Jacarepaguá já era, mas a história de Interlagos pode mudar, porque os interessados no assunto não dependem mais dos jornalistas para fazer suas matérias. O seu blog é um exemplo claro disso, é jornalismo na veia. O problema é que só um ou dois falarem não adianta, o tema precisa ser abraçado por uma instituição representativa - uma associação de pilotos, a federação etc. É o que Kotler e outros marketeiros chamam de "marketing de causa", tendência no jeito de fazer negócios dos próximos anos.
As próprias organizações podem fazer seu jornalismo, e se fizerem seguindo valores de transparência, apuração correta e dar voz ao outro lado, vão ser ouvidas e farão muito mais barulho do que as revistas semanais. E aí pode até ser que ganhem um espacinho na mídia, mas isso pouco importa. O jornalismo, que nunca foi lá essas coisas, já está na cova. Só jogar a terra em cima. Jornalismo de verdade, hoje, quem faz somos nós.
Abraço,
Cezar Martins
Você tem razão Cezar, quanto aos rabos presos com os grandes veículos, mas muitos têm seus blogs, que teoricamente são independentes. Eu até agora acho que enterrar Jacarepaguá e uma grande prova do quanto a organização política e de classe do automobilismo é fraca ou vendida. Parece que somos defendidos por sindicatos pelegos.
ExcluirAbraço,