O automobilismo brasileiro é feito por grandes pilotos, grandes profissionais e por grandes bundões. Muitas vezes os grandes, que têm o poder da mídia para a defesa dos interesses do esporte, se calam. Como se calaram e continuam mudos em relação `a destruição do autódromo de Jacarepaguá.
É difícil entender como uma agressão tão grande a um símbolo do segundo mais importante esporte nacional, pode acontecer sem luta, sem briga, sem disputas. Saber perder é uma das primeiras lições que o esporte ensina. Lutar, até a bandeirada final, é outra lição que os vencedores bem sabem. Sabem na pista, fora delas aceitam que entrem, invadam suas casas, suas empresas, coloquem tudo no chão e tudo isso sem disputa alguma. Assistem verdadeiras torturas aos companheiros sem nenhuma manifestação, nenhuma além da protocolar declaração de lamento.
Talentosos profissionais das pistas e das mídias, talentosos e bundões.
A partir dos 7:44 minutos, André Buriti, mostra bem o que deveria ser a sensação dos pilotos e profissionais ligados ao automobilismo. Enquanto os formadores de opinião estão calados, anônimos tentam dar seus gritos.
Claudio,
ResponderExcluirCorridas também nos ensinam a aprender com os erros cometidos no passado, para ir mais para frente na próxima. De tudo isso que aconteceu com Jacarepaguá, eu me pergunto sobre o destino de Interlagos depois que a F-1 sair daqui. Quando as corridas eram no Rio, o autódromo era um lixo, mal cuidado.
Aí, achei uma matéria de 1994 da Folha, que diz: "O estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, foi tombado ontem pelo Estado. O tombamento pode inviabilizar o processo de privatização do estádio, iniciado pela prefeitura há dois meses. A prefeitura estava preparando e iria enviar à Câmara Municipal projeto de lei para que o legislativo autorizasse a venda do estádio do Pacaembu, do Teatro Municipal e do Autódromo de Interlagos."
Os pilotos e gente que gosta da pista já deveriam estar gritando pelo tombamento do autódromo. Temos jornalistas, advogados, CEOs de grandes empresas, economistas, contadores... um monte de gente com chance de influenciar políticos e que poderia se mobilizar, mas ninguém se mexe. São todos bundas moles.
Interlagos faz parte da história, tem de ser protegido. Daqui dez anos, quando a F-1 for para Buenos Aires e a prefeitura lotear a área para dar a empreiteiros, a grita da imprensa vai ser inútil. E a culpa não será dela.