domingo, 2 de fevereiro de 2014

AS IMAGENS E A DÚVIDA: O QUE É HASTE ?


Pois é, depois da interpretação que a Fasp teve sobre poder trabalhar o diâmetro do pescoço da válvula por não considera-lo como parte integrante da haste, solicitei a quem tivesse material, que pudesse contribuir para um maior esclarecimento da questão, que me enviasse.

Um dos desenhos que recebi, mostrado abaixo, indicando as partes de uma válvula, trata o tal pescoço do desenho da TRW(desenho acima) como sendo rebaixo da haste, portanto, parte da haste, no meu pequeno mas lógico entendimento. O desenho abaixo deixa bem claro que há diferença de materiais em partes da haste, mas o tal pescoço, o tal rebaixamento, no caso, é tratado como haste.


Pelo desenho acima, o rebaixo da haste, que no desenho da TRW chama-se pescoço, é feito de material da cabeça, mas leva o nome de rebaixo da haste, portanto, no meu entendimento, é haste.

Já a parte seguinte ao rebaixo da haste é chamada de rebaixo da cabeça. Nesta parte poderia haver questionamento se ela não é parte da haste.

Segundo me informei, nas válvulas utilizadas na categoria não existem os tais rebaixos de hastes ou pescoços, elas são lineares. Pelos dois desenhos acima, percebe-se que a extensão e a proximidade da do tal pescoço, ou rebaixamento de haste, da cabeça, varia bastante. E por que considerar um pescoço somente visível em desenho, em válvula marítima, ou em válvulas não utilizadas na categoria, como sendo referência?

O certo é que a Fasp se baseou em um parecer informal de um engenheiro convidado a emitir sua opinião. O desenho acima é discordante do parecer informal do engenheiro e o desenho da TRW não aponta o tal pescoço como parte integrante da cabeça.

Considerar uma interpretação informal de um engenheiro naval, de um ex vistoriador e de um preparador da categoria como tendo mais peso do que a grande maioria dos preparadores da categoria e do que a própria avaliação do comissário técnico da Fasp, me pareceu uma conclusão, no mínimo,  precipitada por parte da Fasp. Engenheiro eu também consultei e recebi uma interpretação informal diferente da do tal engenheiro naval. O engenheiro que consultei é preparador de competição, não naval.

Faltou a Fasp tirar o escorpião do bolso e mandar a questão para uma instituição idônea resolver, como o Instituto Mauá por exemplo. Em último caso, fizesse como no direito, mandasse as custas para os perdedores, ou perdedor.

Imagem é um bem muito precioso. Na dúvida, não há ganhador, todos perdem.

20 comentários:

  1. Por essas, e outras, que muita gente desiste de colocar dinheiro em corridas de automóvel.

    A FASP, que deveria atuar como instância sóbria para resolução de conflitos, acabar por acirrar os ânimos e desestimular pretendentes a entrar no mundo das corridas. Se o regulamento é omisso, mal-redigido e há dúvida razoável, deveria prevalecer o entendimento de uma maioria.

    Infelizmente não é apenas no Marcas e Pilotos que trapalhadas desta natureza acontecem.

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  2. Off-topic: Marcas e Pilotos MG; alguém tem notícias?

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  3. Caro, Roscoe.. Rebaixo da haste não tem a mesma medida da haste... E o Regulamento fala na media da haste, não do rebaixo... Vai me deculpar mas ta muito barulho para pouco caso.... Se vc está se sentindo prejudicado não posso fazer nada...Os prejudicados que corram atrás para fazer as válvulas, por mim poderia ser até original não to nem ligando.... Não é por isso que meus motores andam bem e foi campeão.... Como dizia o antigo vistoriador amigo do Arias , vão trabalhar , pq e o que eu mais faço..... Ao invés de ficar metendo o pau nos outros... Te garanto que ninguém mandou um email para a Fasp listando todas as brechas do regulamento, pois eu fiz , meter o pau em mim é fácil, difícil é trabalhar como eu faço, gastando desenvolvendo tudo do meu bolso..... Pensem antes de falarem de mim pois nunca falei de ninguém, e se alguém tem alguma coisa pra falar que fale pra mim me liguem , não fiquem escrevendo no blog... Att: Bujão..

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    1. Muito barulho por pouco? Perdão discordar, mas retirada de material (massa) reduz a inércia da válvula afetando o funcionamento do motor, ainda que de forma marginal (e, no caso de competições, nem sempre o é)

      Teoricamente é possível, ainda, que ocorra ganhos do ponto de vista de fluxo do cabeçote. Algo que demandaria análise em banco de fluxo para confirmação no caso específico.

      Por casos como este é que sou favorável a liberação do completo retrabalho em cabeçotes, não só no Marcas e Pilotos, mas em outras categorias também. Os competidores estariam em verdadeira condição de igualdade, ficando a cargo da verba e da competência de cada um o desempenho obtido.

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    2. Off-topic: É por coisas assim que gostaria que o automobilismo fosse futebol.

      http://www.youtube.com/watch?v=jm7zXywyg-Y

      Pensei que fosse brincadeira, mas está tudo descrito em detalhes a partir do artigo 37 da lei 12.663/12, disponível no endereço que segue.

      http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12663.htm

      Daí, talvez, uma das razões por que anulo meu voto já faz tempo. Algo que, ao contrário da crença popular, não afeta o resultado das eleições, conforme dispõem os Art. 28; Art. 29, II; Art.32, § 2º; Art. 77, § 2º; todos da Constituição Federal de 1988.

      http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm

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    3. Para quem gosta da coisa, um exemplo de como um simples retrabalho de válvulas afeta o desempenho do cabeçote (e do motor).

      http://johnmaherracing.com/tech-talk/3-angle-valve-job/

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    4. Vai me desculpar Sr anônimo. Mas vc viu minha válvula. ? Vc nem sabe onde mexi. Kkkkkk. Mas se quiserem o desenho eu mando para vcs.

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    5. Bujão, rebaixo da haste é uma parte rebaixada da haste, portanto, é haste. A unha do dedo não deixa de ser parte do dedo porque é citada como unha do dedo. Dedo é tudo, inclusive a unha do dedo.
      Eu não estou metendo o pau nas pessoas, estou criticando a Fasp por ter postura técnica sem parecer técnico convincente. Você foi lá e fez seu papel de defender sua interpretação. Está correto. A Fasp abdicou da interpretação de seu comissário técnico e se viu convencida sem convencer, só isto.
      A Fasp é soberana, tem o poder de fazer o que bem quiser com suas decisões. A parte legal é uma coisa que ela cumpriu. Daí dizer que está tudo bem para o convencimento de todos é outra história. Pode ser que você esteja certo? Pode, mas para mim não ficou provado. Faltou um laudo convincente.
      Um laudo idôneo poderia ser ótimo até para você, pois lhe daria o título de um dos melhores interpretadores do regulamento, melhor do que a grande maioria dos preparadores.
      Um laudo técnico poderia até tirar alguma possível dúvida quanto ao fato de comissários que têm vínculos profissionais com a equipe julgada terem participado e votado no julgamento que lhe deu razão e não desclassificou o carro da equipe Alpie que utilizava seu motor.
      Quanto a me sentir prejudicado, não, eu não. Todos que pagam a brincadeira com a interpretação diferente da sua e da Fasp é que passarão a ter que gastar um pouco mais para brincarem em pé de igualdade técnica com você.
      O silêncio dos preparadores não significa necessariamente concordância. Para mim, os preparadores são reféns da Fasp. Engolem os sapos para não ficarem mal com quem manda.
      Os pilotos? Ah... deixa a turma do nariz vermelho pra lá.

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    6. Correndo o olho no regulamento das 500 Milhas Brasil de Motovelocidade, que acontece neste final de semana em Interlagos, fiquei admirado pela sua simplicidade. Algo que poderia inspirar a FASP...

      http://www.500milhasbrasil.com.br/Regulamento-tecnico2014.pdf

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  4. Primeiramente gostaria de parabenizar a postura do Bujão em relação aos anônimos. É ridículo meter o pau sem se identificar. Quer questionar, criticar, elogiar, faca porém se identificando. Completando, também sou a favor das válvulas originais. Seria mais barato e daria menos polêmicas. Para mim a grande culpada é a redação do regulamento. Realmente ele tem brechas, que são discutidas nas reuniões e simplesmente nao redigem novamente, dando margem a interpretações diferentes porém corretas, ou margem a má fé de alguns. Concordo que a federacao é a autoridade soberana do automobilismo no estado, mas a redação do regulamento deveria ser feito em conjunto com os preparadores. Quando digo redação nao é o que é ou deixa de ser liberado para tal tipo de carro, e sim a maneira como as modificações são descritas. Um abraço a todos! Gustavo #87

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  5. parabéns ao blog, a discusao e muito valida , o ero não e do preparador mas sim da fasp q nao investe nada na redação do regulamento e quando aparece uma questão como essa responde com válvula naval.....

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  6. Eu não entendi uma coisa: estão falando em brecha no regulamento, mas eu não vi nada lá que permita alteração no diâmetro no pescoço da válvula. O regulamento não fala em pescoço da válvula, ou seja, se não permite a alteração ela é proibida, correto, ou tem brecha também no item 3 do regulamento (já foi falado aqui mas ninguém explicou ainda):

    3 - MODIFICAÇÕES PERMITIDAS OU OBRIGATÓRIAS
    Todas as modificações que não são expressamente permitidas pelo presente
    regulamento são proibidas.
    Os únicos serviços que podem ser realizados no veículo, além dos
    permitidos por este regulamento, são os de manutenção ou de substituição
    de componentes danificados, desde que idênticos aos originais.
    Os limites das modificações e reparações permitidas serão especificadas nos
    respectivos artigos.
    Todas as porcas, parafusos e outros elementos de fixação de componentes
    podem ser substituídos por uma similar desde que suas características sejam
    no mínimo iguais as originais.
    O uso de titânio é proibido para qualquer componente do veiculo.


    O que aconteceu foi um roubo, roubaram sim e ganho de performance não é requisito para que um item seja desclassificado. E não venham reclamar que estou anônimo não pq a autorização verbal que o Sr. Bujão tinha pra fazer a mudança ficou anônima pra mim até esta última etapa, eu não tive a opção de fazer o mesmo.

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    1. Me diz qual o trabalho que poderia fazer na válvula então?
      Diga qual os itens que poderia mexer em um válvula o espertalhão.....Sabe tudo,....

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  7. Primeiro gostaria se deixar claro que não concordo com a interpretação da FASP.

    O trabalho da válvula é livre, desde que não se altere o diametro da haste. Portanto pode trabalhar o resto da válvula.

    Agora eu pergunto, a válvula ORIGINAL tem pescoço???? Claro que não!!!!

    Logo o tal pescoço foi criado com alteração da haste, parte da válvula que o regulamento é bem claro: NÃO é permitido trabalhar a HASTE.

    Não existe brecha no regulamento e sim erro de interpretação texto. Pode apresentar válvula da TRW ou qualquer outra, o que vale é a valvula original, que NÃO tem pescoço.

    Guilherme #66

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  8. Se a válvula original tivesse "pescoço" podia fazer a alteração? Essa é a incompetência maior... com ou sem pescoço o regulamento não permite, portanto tá fora. Tanto faz o que diria este ou aquele especialista, a regra é clara e no caso do automobilismo, se não é clara é proibido.

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    1. então não pode fazer nada na válvula....?

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    2. Pode fazer tudo, menos alterações na haste.
      Criar um pescoço, já que esta valvula GM não tem pescoço, é alterar a haste.

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  9. são 2 fatos que ocorrem e ninguem se atem aos fatos:
    Primeiro: O regulamento foi feito e apresentado pelo Alexandre Nascimento e feito pela Associação e se houve erro, o erro é deles. A federação apenas aprovou regulamento técnico proposto pela associação.
    Segundo: Se olhar pelo lado jurídico, que me corrijam os advogados, em caso de duvida, o réu é absolvido das acusações, temos 2 dos maiores fabricantes de válvulas do Brasil com nomenclaturas diferentes, se os próprios fabricantes não se entendem imaginam os outros leigos por ai. Caso isso fosse a julgamento, o preparador Bujão estaria inteiramente amparado pelo regulamento e como não ha uma concordância dos termos ele seria absolvido e quem iria ficar em maus lençóis por levar tal coisa a julgamento seria a própria FASP.
    Criticar de longe é fácil duro e querer fazer as coisas direito....

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    1. Liberem a preparação de cabeçotes: valendo tudo, não haverá o que se discutir. Com isso, ao menos existiria uma verdadeira igualdade inicial de condições entre os participantes, ficando a cargo da verba disponível, e da competência dos preparadores, os resultados obtidos na pista.

      Os regulamentos utilizados pelas 500 Milhas Brasil de Motovelocidade são exemplos que deveriam inspirar as federações e associações de automobilismo.

      http://www.500milhasbrasil.com.br/

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    2. O texto apresentado pela associação não tem erro, é muito claro.
      Você senhor anônimo, certamente é um dos comissarios da FASP que trabalha na ALPIE.
      Você fala do lado juridico, me parece realmente ser o unico caminho.

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